Fonte: VPAAPS
O Programa de Pesquisa Translacional de Promoção da Saúde (FioPromoS), das Vices presidências de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) e de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB), em parceria com o Grupo de Trabalho (GT) de Atenção à Saúde, realizou o primeiro encontro da série de palestras para reflexões sobre o retorno das aulas presenciais no contexto da pandemia de COVID-19, com foco na promoção da saúde e atenção à saúde, na última quinta-feira (25/06). O evento intitulado “Reflexões sobre o retorno às aulas presenciais na educação básica em escolas da rede pública durante a pandemia de COVID-19” contou com gestores de escolas públicas, incluindo o Colégio Pedro II, da Escola Municipal Antônio Fernandes Figueira – Manguinhos, representantes do PSE Carioca e de institucionais incluindo Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca e Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC).
Na abertura, os Vice-presidentes Rodrigo Correa – VPPCB e Marco Menezes – VPAAPS salientaram a relevância do tema e a importância do diálogo da Fiocruz com a sociedade diante da gravidade da situação pandêmica.
A participação dos palestrantes explicitou as inúmeras incertezas em torno da retomada das aulas presenciais, envolvendo preocupações com a saúde mental e necessidade de acolhimento de professores, alunos e familiares diante da gravidade da situação da pandemia de COVID-19, até as dúvidas de como colocar em prática os protocolos de distanciamento social e higienização no ambiente escolar, quando as escolas públicas em grande parte, não apresentam condições mínimas para sua execução. A falta de planejamento orçamentário para a aquisição de insumos para a execução dos protocolos de prevenção e controle da COVID-19 nas escolas, foi um dos pontos abordados.
A pesquisadora Mercês Navarro, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, salientou a necessidade de trazer a voz das comunidades para a discussão da importância do trabalho cooperativo por meio de ferramentas metodológicas rigorosas, na busca da criação de uma nova força produtiva para o enfrentamento da pandemia nas escolas.
A diretora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Anakeila Staffer, deu um panorama da situação dos estudantes no mundo, em que as escolas estão fechadas em 23 países com cerca de 1 bilhão de estudantes afetados pela pandemia. A diretora destacou ainda que as políticas públicas que impactam na educação trazem condições mínimas e precárias, escancaradas pela pandemia.
As representantes do Programa Saúde na Escola da Secretaria Municipal da Educação, Elizabeth Alves, e da Secretaria Municipal de Saúde, Sylvia Tristão, ressaltaram a importância da intersetorialidade para a elaboração de qualquer estratégia envolvendo o retorno presencial, dadas as múltiplas dimensões da pandemia.
A representante do Colégio Pedro II, Eliana Soares, colocou a necessidade de acolhimento aos alunos em situação de vulnerabilidade e da garantia do direito a aprendizagem, tendo a saúde e a vida em primeiro lugar.
A diretora da Escola Municipal Antônio Fernandes Figueira, Ellen Brasil, apresentou a realidade das comunidades vulneráveis como Manguinhos, Maré e Alemão, salientando que em algumas escolas a falta de água é um fator crítico para a manutenção do protocolo de segurança sanitária e pontuou a necessidade de apoio da Fiocruz para a elaboração de um plano intersetorial para a retomada segura das aulas no território de Manguinhos.
Outro ponto discutido por todas as palestrantes, foi a falta de acesso ao ensino remoto por grande parte dos alunos das escolas públicas, o que acentua ainda mais a desigualdade social.
Por fim, a representante da VPEIC, Adriana Coser, colocou entre outras questões, a preocupação com o processo de cuidado e educação das crianças e adolescentes pelos pais que nunca deixaram de trabalhar ou que retornarão ao trabalho após o retorno das atividades econômicas. Ao final, Adriana apresentou algumas ações que estão sendo pensadas com relação ao retorno das aulas presenciais na Fiocruz, que devem ocorrer apenas após a disponibilidade de vacina e medicação eficaz contra a COVID-19.
Como encaminhamento, o FioPromoS e o GT de Atenção iniciarão a organização de um grupo de trabalho (GT) com representantes das diferentes unidades da Fiocruz e da sociedade para ampliar a discussão na instituição sobre a saúde na retomada das aulas presenciais no contexto da pandemia.